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Foto do escritorArlete Funaro -Terapeuta

Catarse emocional

Atualizado: 11 de dez. de 2017


Quando as emoções nos bloqueiam e nos saturam, tentamos estabelecer um autocontrole.

Nos ensinaram que não é bonito chorar, nem que sejamos vistos sofrendo. E por isso, sempre procuramos estar inteiros, felizes e fortes na frente dos outros, mesmo que por dentro estejamos a ponto de explodir, mesmo estando vulneráveis, fracos e tristes.

Assim, tentamos esconder o que sentimos, reprimir, viver como se não nos sentíssemos como realmente nos sentimos, ou seja, negando nossas próprias emoções.


E chega o dia em que atingimos o nosso limite, nos sentimos cansados, esgotados, com vontade de deixar tudo para trás e, nesse dia, as emoções transbordam, perdem o controle, afloram sem permissão, e nos sentimos muito mal por isso.

Ao mesmo tempo, nosso corpo, fisicamente dolorido, responde, doente, com reações incontroláveis, sofrendo…


Isso é a Catarse Emocional. Quando sofremos um colapso emocional, nossas emoções nos bloqueiam, nos paralisam, e então não podemos mais ser fortes e contê-las, nos sentimos vencidos, pequenos, como se o mundo fosse um lugar perigoso, onde tudo machuca, causa dor e ninguém nos compreende.


É exatamente esse momento catártico que quisemos evitar durante muito tempo, mais precisamente durante o tempo em que fingimos ser fortes, impassíveis, corajosos e, assim, tínhamos atingido o autocontrole, tão necessário para que nos sentíssemos equilibrados.

No entanto, tudo chega a um limite, e isso tinha que acontecer.


Se analisarmos e observarmos a “explosão emocional”, nos daremos conta de que ela não surgiu do nada, e sim esteve sendo “preparada” durante um certo tempo; Estivemos “nos aguentando” e não permitindo que os sentimentos se aflorassem, nem os mais profundos, nem alguns inconscientes. Portanto pode-se dizer que os estávamos negando, não permitíamos que saíssem, na verdade, não os aceitávamos.


E se continuarmos procurando, talvez descubramos pensamentos de “auto exigência”, como por exemplo, “preciso estar bem”, e por isso, nos recompúnhamos, ocultávamos as emoções mais profundas e, “graças a isso”, podíamos continuar vivendo, com a “falsa” sensação de controle e equilíbrio.


É preciso que essa explosão catártica aconteça para a “saúde emocional”, caso cheguemos a este nível de negação emocional.

No entanto, é mais saudável não chegar a este ponto. Por isso, desde a primeira emoção ou sentimento, me permitirei vivê-la em toda sua expressão, aceitando que “sou um ser humano e tenho emoções”, valorizando isso como parte de um processo de aprendizagem, crescimento, mudança e maturidade.


Assim, é necessário encontrar caminhos saudáveis de expressão das emoções que não machuquem a própria pessoa, nem aos demais e, de onde possa tirá-las, gritá-las, contá-las, chorá-las… E se libertar delas. Toda repressão é negativa, faz crescer emoções em nosso interior, mas com mais intensidade e dor, pois estão sem solução.


Toda expressão “controlada” é terapêutica, libertadora. E isso supõe que se aceite as emoções, fale sobre elas e não as oculte. Chamamos isso de Inteligência Emocional.

Para isso, é indispensável perder o medo de sofrer, de se sentir vulnerável frente aos demais, já que a maior dor é a que não é expressada, a maior vulnerabilidade é a pressão de esconder-se, de não ser você mesmo.


A mente é maravilhosa


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